Após Jessica Barraza processar a Tesla por assédio sexual no trabalho, outras seis funcionárias moveram ações contra a empresa pelo mesmo motivo. Segundo as vítimas, existe uma cultura de assédio sexual recorrente dentro da planta de Fremont, Califórnia. Comentários maliciosos, cantadas, contato físico inapropriado e discriminação são as principais acusações descritas pelas funcionárias.
Seis mulheres que trabalham na fábrica principal ou em centros de serviços abriram processos independentes apenas na última terça-feira (14). Elas alegam que seus colegas de trabalho homens fazem constantes comentários sobre seus corpos e roupas.
Além disso, elas alegaram terem sido transferidas de seus postos de trabalho quando denunciaram os abusos dentro da empresa, posicionamento comum que responsabiliza as vítimas pelos crimes, e não os abusadores.
Ambiente que promove a cultura do assédio
Outras mulheres ainda afirmaram que evitaram levar as denúncias ao departamento pessoal da Tesla por seus superiores estarem diretamente envolvidos nas práticas de assédio.
Jessica Brooks, uma das funcionárias da fábrica de Fremont, afirmou que, em alguns casos, os assédios eram tão intensos que ela empilhou caixas ao redor de sua estação de trabalho para evitar comentários. Também na tentativa de se blindar do assédio, ela passou a amarrar camisas de flanela na cintura para esconder seu corpo.
Segundo David A. Lowe, promotor que está representando as vítimas, eles estão lidando com um padrão recorrente de abusos que, ao que tudo indica, são normalizados dentro da Tesla. Esse tipo de comportamento configura uma cultura de assédio presente de forma prevalente tanto nas fábricas quanto em outros braços da empresa, como centros de venda e de serviços.
Até o momento, a Tesla não se pronunciou sobre esses casos específicos, mas afirmou que investiga com rigor denúncias de assédio e condena qualquer tipo de retaliação como as descritas pelas vítimas.
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